domingo, 29 de julho de 2007

KING KONG


Quando assisti King Kong - a versão de 1933 - pela primeira vez eu devia ter uns 10 anos (provavelmente menos) e já era um filme que podia ser chamado de antigo, eu tinha 10 anos em 1967.

Na verdade não posso dizer que "assisti" ao filme, porque passei a maior parte do tempo me escondendo atrás da poltrona ou então tapando os olhos com as mãos, tamanho o medo que aquele gorila de massinha e os outros montros da tela me inspiravam.

Só aos 20 é que fui ter contato novamente com o gorilão, na versão atualizada que fizeram do filme em 1976, até bem interessante principalmente porque trocam o Empire States pelas Torres Gemeas e atualizam a história, mas este filme não consegue atingir o nível de aventura que a primeira versão.

Cheguei a essa conclusão porque coincidentemente quando cheguei do cinema estava passando a versão antiga do KK na tv e assisti praticamente em seguida e continuei gostando mais do filme antigo, tecnicamente mais simples, mas ainda assim mais inovador que a versão nova.

Agora, 72 anos após o filme original, resolveram fazer uma refilmagem e chamaram Peter Jackson para dirigir. PJ é um neozelandes que era pouco conhecido até dirigir a trilogia do "Senhor dos Anéis", onde fez e aconteceu, abusando do poder da computação gráfica.

Em King Kong - versão 2005 - os computadores são o personagem principal, pois PJ usa e abusa de seus conhecimentos nesta área, fazendo um filme impecável em todos os aspectos.

Como é refilmagem e não versão, o roteiro original é mantido e inclusive a atriz principal, que interpreta a heroína Ann Darrow se parece muito com a atriz do filme original, basta conferir na montagem com fotos das duas.


Fay Wray (a direita) faz a mocinha no primeiro filme e Naomi Watts pega o papel nesta versão. Em 1976, na versão intermediária, o papel ficou com Jessica Lange, ainda uma estreante no cinema e que em seguida se notabilizou com o filme "O show tem que continuar" (All that jazz) e fez uma carreira consistente.

Fay Wray morreu em 2004, de causas naturais, com 97 anos e é homenageada nos créditos desta versão nova de King Kong.

Naomi Watts já é conhecida nas telas, entre outros filmes interpretou a Jet Girl no filme "Tank Girl", baseado em uma HQ pouco conhecida no Brasil. Mas é mais conhecida pelo papel da protagonista do filme "The ring", aquele filme de terror onde as pessoas veem uma fita e morrem sete dias depois. Alias tem uma piada ótima sobre este filme, com o Chuck Norris, dizem que ele assistiu a tal fita e assim que terminou de assistir o telefone tocou e ele atendeu:

- Alô! Aqui é Chuck Norris;
- Desculpe, foi engano...

Apesar de se manter fiel a história original Peter Jackson fez suas modificações pessoais, criou novos personagens que não existiam no filme original, como por exemplo um ator canastrão que também vai no barco, transfere o romance da personagem central do imediato do barco para um personagem que seria o roteirista do filme que seria feito na ilha do King Kong, enfim modifica um pouco os poucos personagens do filme original, mas apenas os substitui por personagens mais eficientes.

O maior destaque fica para os nativos da ilha, no filme original são aqueles "indios" gordos trajando um sarongue havaiano, neste filme são selvagens assustadores, com dentes serrilhados... de meter medo mesmo.

Mas é nas cenas de ação que Peter Jackson não poupa recursos, as cenas no interior da ilha são de tirar o folego e as cenas finais - já na cidade - completam um filme belíssimo, que apesar
das 3 horas de duração nos mantém atentos a tela.

Só para dar uma idéia ... no filme original, tem uma cena em que um estegossauro avança em direção aos atores e é abatido com alguns tiros ... nesta versão esta mesma cena deve ter uns
15 minutos de duração e é transformada em uma espécie de estouro da boiada de dinossauros e nos brinda com uma das melhores perseguições que o cinema já mostrou, com dinossauros
gigantescos correndo por um estreito desfiladeiro (A Disney já fez isso) e no meio da confusão os mortais velociraptors (eternizados por Spielberg em "Jurassic Park") tentando garantir seu almoço e no final de tudo, quando a gente pensa que pode recuperar o fôlego perdido ainda tem um abismo cheio de criaturas nojentas, tiradas dos piores pesadelos de "Starchip Troopers", que fizeram a Lia (minha mulher) virar o rosto enquanto duraram, me fazendo lembrar a minha inocência aos 10 anos, de me abaixar atrás da poltrona, enquanto via o King Kong original.

O gorila é atração especial, creio que nunca foi mostrado com tantos detalhes, é somente inspirado no gorila original mas tem a aparência de um gorila real, apenas muuuuuuuuito mais
vitaminado. Os detalhes são impressionantes ...

O humor está presente durante o tempo todo, sempre tem alguém ou algo sendo satirizado, as cenas que citei e que parecem retiradas de outros filmes não são simples cópias mas sim homenagens do diretor, quem gosta de cinema reconhece no ato cada uma delas.

Enfim ... King Kong está de volta com todo o esplendor que merece e a cada dia a Computação Gráfica conquista mais seu espaço na sétima arte.

Imperdível e recomendo deixar o DVD com o King Kong antigo a mão para assistir quando chegar em casa ... ou antes porque depois de 3 horas de filme a gente só quer mesmo é ir pra cama e rezando pra não sonhar com aqueles monstros todos.

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