sábado, 28 de julho de 2007

BEN-HUR E OUTRAS PREFERÊNCIAS


Se me perguntam qual é meu filme preferido a resposta vem na bucha: Ben-Hur.

Meu ator preferido também é Charlton Heston, que - não por acaso - interpreta o príncipe judeu que é traído e maltratado por seu amigo de infância, tem que fugir do lugar onde vivia, perde a família e acaba se tornando um escravo, mas volta para recuperar o que tinha e ainda se vinga do falso amigo, sem sequer precisar sujar as mãos.

Mas se me perguntarem o porquê de eu gostar deste filme provavelmente não saberei responder, assim como não saberia dizer porque considero Charlton Heston o melhor ator pois ao mesmo tempo o considero como o rei dos canastrões.

Claro que posso listar dezenas de outros filmes tão interessantes - ou mais - do que Ben-Hur e também tenho dezenas de outros atores que considero interessantes, até mesmo o duvidoso título de canastrão-mór não é do Charlton Heston faz muito tempo, desde que assisti "A morte do demônio", do Sam Raimi (um de meus diretores preferidos) e vi uma cena impagável com o Bruce Campbell "lutando" contra sua própria mão , isso lhe garantiu o "título" de forma eterna.

Mas vamos voltar ao meu filme preferido, a história de Ben-Hur é fantástica, dois amigos de infância se encontram em uma situação onde suas escolhas os colocam em posições antagônicas, um deles representa o Império Romano e o outro um dos povos dominados e neste filme o vilão é Messala, interpretado por Stephen Boyd - outro canastrão de primeira linhagem - e provavelmente seu melhor papel no cinema.

Messala surge como representante do Império Romano e inicialmente parece que irá conviver em paz com seu amigo de infância, Ben-Hur, mas logo revela suas intenções e sua maldade e tira tudo que o amigo tem, sua família, suas posses e em pouco tempo Ben-Hur acaba se tornando um escravo mas em seu caminho encontra alguém que provavelmente muda sua vida, nada menos do que Jesus, mas não é um filme religioso como "Os 10 mandamentos" - outro filme marcante de Charlton Heston - o encontro com Jesus parece ser apenas para situar uma época, mas com certeza tudo que acontece na vida do personagem a partir deste encontro demonstra que ele foi tocado pelo poder Divino.

O ponto mais marcante deste filme é uma corrida de quadrigas ao final, alias vale aqui uma curiosidade, a maioria das pessoas se refere a esta corrida como corrida de "bigas", esquecendo que bigas são carruagens com uma parelha de cavalos, ou seja, dois. No filme temos uma corrida de quadrigas, ou seja, duas parelhas.
A corrida é uma das cenas mais fantásticas que o cinema já produziu, tanto que o genial George Lucas, faz uma justa homenagem a esta cena no filme que chamou de "Episódio um - A ameaça Fantasma" quando inicia as filmagens da segunda parte da trilogia de Star Wars, uma das melhores cenas é a Corrida de Pods, onde o futuro Darth Vader mostra que desde criança tinha suas habilidades, a cena rende um jogo sensacional onde os jogadores podem dirigir seus pods, infelizmente não tenho notícia de algum jogo que reproduza a corrida de quadrigas de "Ben-Hur".

O filme também faturou 11 Oscars, não considero o Oscar como um prêmio que justifique a qualidade de um filme, mas ganhar em 11 categorias não é algo fácil de fazer, tanto que só dois filmes em toda a história do Oscar chegaram a esta pontuação, o segundo foi "Titanic" e fiquei torcendo para pelo menos não bater a marca de "Ben-Hur" e considerei que até o empate foi injusto, pois "Titanic" é um bom filme, mas não a ponto de merecer tal honraria, mas enfim, não considero o Oscar como referência.

Fico até com medo de recomendar "Ben-Hur" pois me empolgo e falo que é um "filmaço" e coisa e tal mas as pessoas vão assistir e ficam procurando referências de um cinema moderno que não existe neste filme. O filme tem umas 3 horas de duração e as insterpretações são teatrais, exageradas, como se fazia naquela época e nada disso tira - para mim - a beleza e esplendor deste filme mas não posso esperar que todos o vejam com meus olhos.

Mesmo que outro filme me interesse mais (e certamente já aconteceu) este ainda continua com seu lugar de honra, é o meu "preferido", meu exemplo de cinema bem feito com tudo que tem direito.

E em outra ocasião eu falo mais do Charlton Heston e porque ele também conquistou o direito eterno de ser sempre o melhor.


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